segunda-feira, 10 de setembro de 2007

PSPNR?


Após a carga policial sobre uma manifestação anti-fascista e a recente divulgação de foto-reportagens (acompanhadas de comentários como “Acabem com os mitras”) publicadas pelos próprios agentes no Hi5, a PSP mais uma vez demonstra a sua génese. Desta vez, trata-se de um vídeo filmado a partir de um telemóvel, em que uma série de jovens são pontapeados e espancados por elementos policiais.

A porta-voz da PSP Paula Monteiro revelou ter sido instaurado um processo de averiguações para apurar o "contexto" do vídeo, tendo igualmente condenado tais posturas. No entanto, fazendo uso de uma retórica já conhecida (estamos a falar da mesma pessoa que afirmou publicamente que no dia 25 de Abril de 2007, os manifestantes chegaram a ameaçar transeuntes), declarou não haver "qualquer queixa apresentada na PSP que se possa associar àquela realidade". Facto compreensível, tendo em conta que a queixa tinha que ser apresentado à instituição representada pelos agressores.

A revelação destas imagens não surpreende. Casos idênticos são tornados públicos todos os meses, acabando por não passar de meros pontos de relatórios, publicados ano após ano, sem qualquer consequência real. A generalidade destes acontecimentos não pode ser atribuído a meras ovelhas tresmalhadas, cuja conduta constitui uma mera excepção, mas sim a uma estrutura de poder desigual, baseado no conflito (latente e/ou manifesto) entre autoridade e população.

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