quinta-feira, 14 de junho de 2007

Bragança Antifascista faz manchete no Mensageiro de Bragança


Transcrição:

Jovens activistas contra o fascismo

Núcleo do Movimento Anti-Fascista tenta travar alegadas “campanhas” de índole nacionalista e fascista que têm aparecido na cidade

O surgimento, há cerca de três meses, de um movimento de alegada índole fascista e nacionalista, com ligações ao Partido Nacional Renovador (PNR), o “Bragança Nacional”, motivou a criação de um núcleo do Movimento Anti-Fascista em Bragança.
O movimento é nacional, no entanto, foi criado na cidade como “resposta” e “contra-campanha” ao que dizem ser “campanhas nacionalistas”, que têm surgido, sobretudo, em pinturas de parede e distribuição de panfletos.
“Quem não é fascista, é anti-fascista”, assumem, de forma apartidária, dizendo que “a luta é de todos, pela democracia”.
Em Bragança, os anti-fascistas já conseguiram reunir cerca de 20 pessoas e têm realizado várias acções, sobretudo junto dos mais jovens. A insistência vai para a colagem de cartazes, distribuição de panfletos, e manifestações em feriados simbólicos, como o 25 de Abril e o 1 de Maio.
Mas, inerente à luta está também o “medo”. Não se dá a cara nem o nome. Um dos elementos contou ao Mensageiro que, em tempos, teve más experiências, sendo mesmo perseguido por grupos fascistas que chegaram a colocar a sua foto na Internet com a legenda “alvo a abater”.
A Internet, “para o bem e para o mal”, é um meio privilegiado de chegar a mais pessoas. A principal “cara” do movimento nacionalista assenta mesmo num blogue, assim como a do movimento anti-fascista em Bragança.
O objectivo é “alertar os mais jovens”, até porque consideram que, “com poucas palavras, se consegue atingir uma criança e torná-la num nacionalista ferrenho”. Os representantes do Movimento Anti-Fascista referem mesmo que, uma vista de olhos pelos grupos existentes na Internet, inseridos no Hi5, fazem prova disso. “Há grupos nacionalistas constituídos maioritariamente por crianças com 14 anos, que ideologicamente ainda não têm consciência política”.
No entanto, a preocupação, no entender destes jovens, “deve ser de todos”, pois “o PNR funciona como um partido bastante coeso e não sabemos até que ponto podem tomar acções com uma certa visibilidade em Bragança”.
Embora a situação de crise económica em que o país se encontra seja apontada como uma das razões que pode levar ao aparecimento de grupos extremistas, os elementos antifascistas não acreditam que o surgimento seja “cíclico”. “Não acho que sejam movimentos cíclicos, porque os movimentos nacionalistas já se andam a mostrar há muito tempo”, referiram, apontando que Alcino Monteiro, cabo-verdiano, foi morto há 12 anos por movimentos nacionalistas.
A violência parece surgir naturalmente, tanto dentro de um grupo como de outro. No entanto, os jovens sublinham que “em Bragança optamos pela não-violência”.
Os elementos referem ainda que, embora não saibam até que ponto podem ter sido recrutadas pessoas de Bragança para o PNR, para a Frente Nacional e para a Juventude Nacionalista, foram vistas várias pessoas que ostentavam símbolos nacionalistas e racistas na cidade. “Antes de surgir a propaganda oficial, soubemos que vieram cá pessoas que traziam propaganda de índole nacionalista e ostentavam tatuagens onde se podia ler “white pride” (orgulho branco)”, afirmaram.
Mais tarde, começaram a surgir as pinturas de parede com suásticas (símbolo do nazismo). Embora na cidade existam várias pinturas de índole anarquista, comunista, entre outras, os elementos referem que são contra os actos de vandalismo, “temos outros meios de sensibilização”.
Num futuro próximo, a organização pretende continuar a campanha anti-fascista junto das escolas, nomeadamente do Ensino Superior, pois consideram que a existência do que chamam de “vazio político” pode atrair pessoas para movimentos extremistas, de índole racista e fascista.
Na forja está também a possibilidade do Movimento Anti-Fascista organizar um acampamento na região, aberto a todas as pessoas e com a realização de palestras e seminários informativos.
O Mensageiro entrou em contacto com o representante do movimento “Bragança Nacional”, no entanto, este não demonstrou disponibilidade para aceder a uma entrevista.

Ilegalizar o PNR
Um dos principais objectivos do Movimento Anti-Fascista, a nível nacional, é lutar pela ilegalização do PNR, porque, conforme explicaram ao Mensageiro, “a Constituição proíbe determinantemente qualquer alusão ao fascismo”.
No país, os núcleos mais activos do Movimento Anti-Fascista são os de Lisboa, Porto e Bragança. Mas, a nível nacional, surgiu outro movimento, denominado “Parem o PNR”. Considera-se que o PNR viola o artigo 15.º e o artigo 46.º da Constituição Portuguesa, bem como o artigo 240.ºdo Código Penal.
O PNR é o único partido político português que se afirma nacionalista. O nacionalismo difere do patriotismo na medida em que o nacionalismo defende os interesses da nação acima de tudo.
Durante o século XX, o nacionalismo integrou movimentos radicais como o fascismo, o nacional-socialismo e o integralismo no Brasil e em Portugal, especialmente durante o Estado Novo (Portugal). Recorde-se que o fascismo adquiriu o significado de qualquer sistema de governo semelhante ao de Mussolini, exaltando a nação e muitas vezes a raça.

Carla A. Gonçalves

2 comentários:

Anónimo disse...

o sid so diz asneiras...:)

ahahah

força pessoal...;)

Anónimo disse...

também e marroquino ...
n se pode esperar mt ...