quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Portugal cúmplice no transporte de mais de 700 prisioneiros para Guantanamo


A Reprieve, uma ONG que se dedica a prestar assistência jurídica a prisioneiros, cruzou dados facultados pelas autoridades portugueses, informação do Departamento da Defesa dos EUA com as datas de chegada dos prisioneiros a Guantanamo e testemunhos de vários detidos.

Uma organização não governamental (ONG) britânica acusa Portugal de "cumplicidade" no transporte de 728 prisioneiros para a prisão mantida pelos Estados Unidos na base de Guantanamo, em Cuba, entre 2002 e 2006.

A Reprieve, uma ONG que se dedica a prestar assistência jurídica a prisioneiros a quem tenha sido negada justiça, divulgou esta terça-feira um relatório intitulado "Viagem da Morte" que diz provar de forma "conclusiva que o território e espaço aéreo portugueses foram utilizados para transferir mais de 700 prisioneiros para serem torturados e detidos ilegalmente em Guantanamo Bay".

Para chegar a esta conclusão, a ONG cruzou dados facultados pelas autoridades portugueses, informação do Departamento da Defesa dos EUA com as datas de chegada dos prisioneiros a Guantanamo e testemunhos de vários detidos. No relatório (ver relacionados no final deste texto), a Reprieve "detalha pela primeira vez os nomes destes prisioneiros e as suas histórias".

O ponto de partida para este trabalho foram os dados obtidos em 2006 por Ana Gomes, no âmbito das investigações que levou a cabo no seio da comissão de inquérito criada pelo Parlamento Europeu. Na altura, a eurodeputada socialista divulgou o registo de 94 voos que cruzaram o espaço aéreo nacional a caminho ou no regresso da base americana em território cubano, obtido junto das autoridades lusas competentes.

Estes foram posteriormente cruzados com as listas oficiais norte-americanas com o registo de entrada de 774 prisioneiros em Guantanamo, com a data e os respectivos nomes e nacionalidades, que coincidem com a chegada de 28 dos referidos voos.

A ONG identifica todos estes prisioneiros, destaca 11 histórias detalhadas de indivíduos, alguns dos quais ainda se encontram detidos em Guantanamo e defende que as investigações demonstram que Portugal desempenhou um papel de apoio de relevo no amplo programa de transferência de prisioneiros: "nenhum destes prisioneiros poderia ter chegado a Guantanamo - e sido sujeito a seis anos de abusos - sem a cumplicidade portuguesa".

O ministro dos negócios estrangeiros, Luís Amado, que coordenou a resposta do Governo em todo este processo, disse em Bruxelas que não tem "qualquer informação" sobre o relatório, reservando por isso um comentário para quanto tiver acesso ao documento.


Retirado de: Jornal Expresso

domingo, 27 de janeiro de 2008

Apelo da Autonome Antifa Holland


Nazi again on the streets of The Netherlands. "Repost"

On 01/03/08 the nazis of the NVU a dutch NS party will go on the streets of a dutch city. We dont know where but we will find out. We hope to get lots of people from Germany and other countrys for a big block of people. This so we can show the nazis we have a good international network.

On the NVU demo there also will be a lot of German and Belgium nazis from different groups like NPD, Blood and Honour, Freie Kamaraadschaft, Autonome Nationalistische Aktion and lots more.

The most NVU demos are close to the German border so please join the dutch antifas so we can get a better antifa network.

KEEP UP THE FIGHT.

STAY ANTIFA.
See you on 01/03

Email: Autonomeantifa@walla.com

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Jan Kucera - Antifascista de 18 anos assassinado...


Na semana passada um jovem antifascista foi assassinado num Pub depois de ter sido atacado por um grupo de nazis. Segundo as testemunhas o grupo foi atacado dentro do pub, mas foi à saída que se deram os incidentes mais graves...
Jan foi apunhalado duas vezes nas costas e no flanco. Os seus amigos conseguiram parar a enorme emorragia do flanco, mas infelismente não se aperceberam do golpe nas costas e Jan perdeu a sua ultima batalha nesse mesmo fim de semana.
O agressor foi detido e está acusado de tentativa de homicídio.
Não esqueceremos...
A solidariedade é a nossa arma!!!
Fica o vídeo feito por uma câmara de vigilância


segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Novo Forum Antifascista


Este novo fórum antifascista que visa ser a plataforma cibernética do movimento foi criado como resposta ao crescente número de problemas no antigo fórum (http://www.antifascista.pt.vu) bem como a crescente falta de segurança.

Por isso, entenda-se, que é o Movimento Antifascista Português (MAP) que mantém esta plataforma a funcionar.
Esperamos chegar a muitas mais pessoas sem desvalorizar o que foi conseguido anteriormente.

Esperamos assim estar a contribuir para o fortalecimento do movimento antifascista no nosso país.

O novo forum é: http://accaoantifascista.pt.vu

Saudações antifas!!!

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Guerrilheiros antifranquistas em Trás-os-Montes, livro de Bento da Cruz

Ecos da guerra civil espanhola na raia transmontana

A guerra civil espanhola terminou em 1939, mas a resistência armada à ditadura vitoriosa prolongou-se por dezenas de anos. A última morte violenta de um guerrilheiro antifranquista – Ramon Varela – ocorreu em 1967 na Galiza, o que mostra bem a duradoura resistência desses homens e mulheres escondidos nas serras e aldeias isoladas.

Não foram poucos. Provam-no as cinco mil a seis mil prisões registadas, bem como a detenção de cerca de 20 mil dos seus familiares ou apoiantes. Mas é escassa a informação sobre esta componente do conflito espanhol – hoje em dia tema de abundante produção editorial. Estes homens, que nem tinham direito a ser enterrados em cemitérios – ainda há poucos anos seis deles foram exumados do alcatrão das ruas da aldeia de Canedo, província de Léon –, participaram numa saga tenebrosa que (afirma Secundino Serrano em "Maquis, História da Guerrilha Antifranquista", a que aqui se recorre) "continua proscrita na historiografia académica sobre a ditadura franquista".

Durante muitos anos a sua memória foi conservado pelos aldeões que transmitiram a outros a passagem dessa gente pelas suas vidas.

É, em boa parte, desse tipo de lembranças que vive o livro "Guerrilheiros Antifranquistas em Trás-os-Montes" de Bento da Cruz, de Bento da Cruz, que colige episódios da pouco conhecida "invasão" dos aguerridos sobreviventes da guerra civil espanhola pela terra natal do autor.

A raia de Trás-os-Montes começou a ver chegar espanhóis pouco depois do levantamento fascista, em 1936. "Em quase todas as aldeias do Barroso havia espanhóis", recorda o autor. "Vieram de certo modo preencher as vagas dos criados de servir" e em breve "passaram a ser preferidos e tratados como pessoas de família" pelos lavradores que os usavam. "Este estado de graça durou até ao Verão de 1938", refere Bento da Cruz, quando um GNR de Boticas mata um desses fugitivos e é, meses depois, abatido por esse crime. Depois dos refugiados, tinham chegado os guerrilheiros. Entre a repressão e uma fuga quase impossível de uma Galiza desde o início nas mãos dos franquistas, haviam escolhido as montanhas. De um lado e de outro da fronteira, os "fuxidos" dão os seus "golpes económicos", ou "atracos" – que por vezes acabam com mortos – e voltam a dispersar por aldeias como Nantes, Curral das Vacas, Sernande, Cambedo, Alturas de Barroso ou Paradela.

Fugas, assaltos e roubos, confrontos com a tropa e a GNR, valentias e traições são aqui registadas, de par com algumas figuras mais notórias dessas aventuras desesperadas, de guerrilheiros como Marcelino Villanueva, "O Gafas", mineiro, Manuel Girón Bazán, lavrador, ou Manuel Alvarez Árias, "El Bailarin", carteiro. Imagens de vários desses homens e mulheres, bem como um mapa do percurso de uma incursão guerrilheira, são também inseridos nestes relatos de um período violento e obscuro de uma pequena parte da Península Ibérica.

Livro negro, onde não faltam minuciosos registos de crimes e torturas, "Guerrilheiros Antifranquistas", da Âncora Editora, dá – mesmo quando, aqui e ali, se desenrola em saltos ou com um encadeamento difícil – um retrato duro dessa época terrível na região do Barroso, a cujos filhos é sobretudo dedicado.