sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Bonehead arrependido

Os amigos skinheads conheciam-no até há uns tempos por ‘Lobo Nazi’, mas Carlos Seabra diz ao CM que deixou o movimento e pede “desculpa a todos os judeus do País” pelo recente crime de profanação no cemitério judaico de Lisboa. Só aderiu à extrema-direita, no Partido Nacional Renovador (PNR), depois de ter sido “várias vezes assaltado e espancado por grupos de jovens africanos”.

Guardava fotografias no computador com imagens de crianças negras e a frase ‘Por favor não alimentem os animais’ – mas, afinal, “só lá estavam mesmo por acaso”, em Abril, quando a PJ lhe entrou pela casa com um mandado de busca. E o skin arrependido, de 24 anos, até tem “um meio-irmão africano...”

O Carlos não nasceu um lobo [nazi]”, justifica o pai – e “aos quatro anos era um cordeiro que perdeu a mãe adoptiva, juntamente com a irmã de 12 anos que o ajudou a criar”. Dedicou-se ao atletismo, onde “fez mais de 500 provas sempre à frente na sua idade” – chegou a posar junto à campeã Fernanda Ribeiro (ver foto) –, recorda José Seabra, até à noite em que “reagiu a um entre muitos assaltos de que foi vítima por parte de grupos de jovens africanos”. Conta que ficou “parcialmente diminuído para a modalidade” e foi então que diz ter começado a sentir “uma enorme revolta”.

Alistou-se no PNR “por ser preciso pôr um travão na criminalidade e imigração” – e entrou depois no Exército, onde há cinco anos terá sido “cobardemente atacado por dois anti-PNR”, que lhe rebentaram “o tímpano esquerdo e provocaram graves lesões na visão”.

“O Carlos não é racista, apenas, tal como eu, sabe distinguir o trigo do joio”, garante o pai, “de esquerda”, a quem um dia, nos anos 60, a PIDE apreendeu “um poster de Che Guevara, um quadro com a foice e o martelo e dois exemplares do ‘Avante’”.

José diz que o filho Carlos está acusado num megaprocesso, com mais 35 arguidos, “apenas por lhe terem apreendido quinquilharia das chamadas lojas dos chineses” – uma espingarda semi-automática, os dois punhais e uma granada, segundo a acusação do Ministério Público.

Carlos tinha a frase ‘Morte aos traidores’ tatuada no braço quando, a 25 de Setembro, foi apanhado no cemitério judaico – tinham sido cravadas cruzes suásticas em 20 campas mas garante que “há um equívoco” e não foi ele. Só passou por lá “mais tarde com um amigo para ver.” Pede “desculpa a todos os judeus do País”, mas pelos crimes de outros.

Apesar de incitar à ‘Morte aos traidores”, ele próprio renega “há já oito meses o PNR e os amigos”. Mas não perdeu os seus ideais, só já não acredita na violência.

PORMENORES

FAMÍLIA PEDE PERDÃO

Carlos não reconhece a profanação de campas judaicas e o pai diz que “ele só foi verificar o trabalho feito por outros”, quando a PSP o apanhou. De qualquer forma, a família pede “desculpas à comunidade judaica/israelita” e apela “à compreensão e perdão de todos”.

PERSEGUIÇÕESCarlos Seabra diz que deixa o PNR “mas não por já não acreditar nos ideais do partido – o problema é que os nacionalistas estão a ser alvo de grandes perseguições da polícia”. E renega assim à violência, em que também AMIGOS DO PNR.

O ex-skin diz que só conhece Mário Machado “de vista”, nunca falou com o líder do movimento skinhead em Portugal. E conheceu todos os amigos com quem costumava andar “através da ligação ao PNR”.

"SÓ BRINQUEI E O INDIANO EMPURROU-ME"

O aniversário do nascimento de Hitler, a 20 de Abril do ano passado, “por acaso até foi falado”. Mas o que os skinheads festejavam mesmo, no Hard Rock Café era o regresso do ‘Lobo nazi’ a Lisboa, “depois de dois anos colocado pelo Exército em Santa Margarida”. E até estavam “todos com os copos” – foi só por isso que o Carlos Seabra decidiu lançar-se “na brincadeira” a um vendedor de rosas. “Por acaso era indiano e empurrou-me, não fui eu que comecei”. Diz ao CM que caiu e foi então que os amigos chegaram. A vítima foi espancada com murros, pontapés e este caso consta na extensa acusação do Ministério Público. Agora que renegou ao movimento de extrema-direita, diz não ter medo de represálias. “Eles [os skins] até me cumprimentam na rua, perguntam-me pelo emprego e pela família...”.

Fonte

1 comentários:

Anónimo disse...

Foi tudo um engano... ele nem é do pnr é do bloco de esquerda looool

fdx esses nazis sao grandes e maus mas em grupo sozinho parecem pardalinhos...

o que vale é q vai comer mt choriço na prisao, assim como aquele q so conhece de vista.